20.9.11

(desabafo)

se tem uma coisa que me incomoda é o silêncio. poucas vezes eu quero (e consigo) o silêncio. por isso eu não sou boa pra várias coisas, como concentrar e meditar. adoro quem fala comigo. adoro falar. adoro música. claro que tem coisa pior que o silêncio: barulho. barulho irrita, enquanto o silêncio só incomoda. então eu quero o silêncio quando tem barulho. mas barulho que irrita, que fique claro.
o silêncio incomoda por vários motivos. um deles é que me força a me ouvir. nesse sentido, sou bastante "paia" (por não encontrar melhor palavra): forço todo mundo (ou quase) a sofrer comigo. porque minha voz é chata, porque meus assuntos são chatos, porque várias coisas. outro motivo é que é a ausência de palavras, assunto e, por vezes, interesse.
sim, sei contemplar aqueles momentos de silêncio voluntarioso, que é quando o silêncio diz mais que as palavras conseguiriam. eu sinto muito isso. mas ainda esse me incomoda.
sei dar valor ao abraço calado, ao choro sem ruído, à felicidade silenciosa estampada algumas vezes num simples sorriso.
não generalizo, então, nem o fato de o silêncio me incomodar.
mas é que tem silêncios atuais que tão me abafando. me querendo fazer o silêncio sem sentido, que é só pra incomodar. e eu tô sem lugar, porque quero quebrar o silêncio ao mesmo tempo que quero o silêncio - desde que ele seja total e definitivo.


eu tenho certo amor pelo rompimento. quero dizer que comigo é sempre assim. ou oito ou oitenta. eu estou presente demais ou ausente. nunca consigo dosar e ficar ali por perto sem estar demais. eu preciso mudar mas não quero consigo.


esse é um que se eu não publicar, não adianta nada ter escrito. tô pelo menos tentando acabar com meu silêncio.

6.9.11

Das Murmeln

Frau Hasenfuß kam abends spät erst ins Hotel. Sie öffnete die Zimmertür und machte Licht. Ein fremder Mann lag auf ihrem Bett. Zuerst war sie erschrocken über die Begleitung. Nachdem sie sich vom Schrecken erholt hatte, sah sie dass der Mann eine Maske trug. Mag ja sein, dass sie neugierig auf die Situation war, aber sie war taub vor Angst. Plötzlich stand der Mann, der kein Hemd trug, neben das Bett auf. Trotz des stärken Instinkts zum rennen, blieb sie vor der Tür. Als sie sich langsam drehte, hörte die Frau ein dauerndes Murmeln in dem Schrank. Augenblicklich nahm der Mann an ihren Arm, damit sie sich beruhigte. Dann konnte sie bermerken, dass der Mann einigermaßen bekannt war. Der Mann war auch gut aussend und angenehm. Er fing an mit ihr über alle Themen zu reden. Während der Unterhaltung fragte sie, was war das Murmeln, das sie früher hörte. Er sagte, dass sie den Schranktür öffnen musste um das zu herausfinden. Als sie die Schranktür aufmachte, wachte sie auf ihrem Bett auf. Sie dachte, dass alles ein Traum sei und entspannte sich. Aus heiterem Himmel war sie aufgestanden. Dann sah sie die Maske und den unbekannten Mann, die auf ihrem Bett auflagen.




Meu professor quer me fazer ter fluência no alemão, pelo visto. Mas eu sou criativa até o útimo fio de cabelo, daí sai essa coisa aí. Meu suspense fajuto. Combina comigo. haha

Na ausência de um título, fico melhor sem.

Erick, talvez eu saiba o motivo de tantos pontos nos meus textos (sempre tem, não é só nas postagens do blog): espero a interação do ouvinte. Mentalmente, galera, mentalmente. Do tipo que se eu ficar colocando um monte de conectivos, conjunções e palavras bonitas que dão uma unidade no conjunto, o texto fica parecendo um texto. É, a minha intenção sempre é um texto, mas eu penso desconexo, tento conectar e parece forçado. Não forço a pontuação, pelo contrário, forço a construção de períodos mais complexos e sempre que eu tento acaba dessa maneira torta, parecendo texto dos outros, montagem de alguém (ainda que a qualidade não seja algo refinado).
Enfim, vocês me entenderam. (espero que)

Ah, preciso dizer que eu simplesmente adoro o fato de "empilhar" o um monte de verbo e o português, além de ter sentido, estar correto. (ainda que eu escreva errado, uma construção com um monte de verbo ainda parece ser certa) Tenso é só quando eu esqueço de trocar a chave pro alemão e fico colocando os "continuous tenses", como se existissem na forma simples que existem aqui e no inglês. Eu sempre adorei o gerúndio (sem estar confundindo com essa linda invenção - de alguém muito inventivo - MESMO).
Eu espero que todo mundo tenha aquele tipo de fobia besta. Aquele que você não sabe porque existe e é inofensiva. E boba também. Que nem eu tenho de falar no telefone. É medo mesmo. Nunca gostei. Com desconhecidos é ainda pior.
Hoje tive que resolver um problema do login no sistema do estágio. Por telefone. Na hora que o supervisor viu que ele não conseguiria ajudar, disse o ramal e mandou me virar. Quem se virou primeiro foi meu estômago. Fiquei com as mãos geladas e engoli seco. Quando o atendente atendeu a chamada, outro salto dentro de mim. Não sei como falar, me apresentar, o que esperar, entre outras várias perguntas que aparecem pra mim. Fora isso, eu fico com a voz falha, bem fraquinha. Como se eu falasse baixo e fosse do tipo bem meiga mesmo. Chegaria a ser hilário, se não me sentisse tão... estranha. Fico tímida mesmo, é incrível.
Mas ando tentando acabar [ou ignorar] esse mal estar e superar essa fobia boba. Pelo menos com estranhos.
Tem amigos que eu ainda evito ligar. Prefiro mandar mensagem. Meu raciocínio é simplesmente o de evitar incomodar, a mensagem lê quem quer na hora que desocupar. Se eu ligar e a pessoa não atender não sei se ligo de novo, talvez a pessoa não tenha escutado. Mas e se ela tiver me ignorado? (daí, aquele gatilho dispara uma sequencia autodepreciativa... e eu tenho evitado essa fadiga)
Eu sei, eu preciso mesmo fazer análise. Mas preciso antes querer, perceber que vai fazer algum efeito. Afinal, depois de quase 23 anos convivendo comigo mesma, consigo reconhecer que eu tenho que querer muito pra fazer alguma coisa.  Preciso acreditar. (no efeito, no sucesso e em mim)


Hoje eu tô assim: imendando um assunto no outro. Cortei o pensamento antes de ele me levar pra outro lugar e o post ficar ainda mais confuso do que ele já é.

7.8.11

Eumeboicoto

Eumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoeumeboicotoe.

18.7.11

Sobre o amor e tantas coisas banais

Talvez o que não se encaixe nesse título seja o amor. Mas é que tem vez assim que eu até acho que tenho como falar (e talvez pensar) que quero o amor. É na admiração repentina por um olhar. E de um querer não querendo que eu acho que pode existir coisa assim. É no pensar em querer bem que eu acredito que eu saiba o que é sentir isso.
Mas de repente eu lembro e conto imperfeições [no sujeito e não,talvez, no objeto (talvez até no predicativo do sujeito - seja o sujeito o antigo sujeito, ou o antigo objeto)]. E todas as coisas banais se tornam muito latentes a ponto de paralisar e então não acreditar mais que seja correto falar amor.

Eu sempre acreditei na força de um sorriso. Talvez por ser uma expressão que não se pode disfarçar. Ou se disfarçada, tanto contida como ensaiada, não transmite tudo que um sincero consegue alcançar. Mas ultimamente é com o olhar que eu tenho me fascinado. E a palavra certa mesmo é fascínio, de não conseguir parar de olhar para o jeito com que as pessoas olham pra mim ou pra alguém querido. E é bom esse tipo de olhar, dá até pra acreditar, porque é quase indisfaçável.

E eu, que sempre gostei de borboletas no estômago, estou sentindo com muita frequencia isso. Mas assunto depois noutro post. (Vou fazer render o blog agora, o Erick e um certo Pessoa - aliados com os livros lidos recentemente - me inspiraram a publicar as postagens escondidas. Essa, Erick, é do inicio de junho, mas hoje ela faz até mais sentido e foi complementada com outras percepções)

PS: eu tenho que ser mais criativa nos meus títulos. Sempre é "Sobre" alguma coisa. E é óbvio, a maior parte das coisas tem um assunto. =)

Tchau e bença!

9.3.11

A desconstrução da identidade

Estou em crise. Quando tinha meus 17 anos e descobri o Orkut (falo parecendo idosa, mas é que está tão distante de mim, esse tempo) procurei (e achei) uma comunidade de Taigas comecei a conversar uma delas. Fiz questão de nao entrar na comunidade, porque sempre gostei da exclusividade que meu nome reservava (pelo menos depois daquela faixa aborrecida entre 11 e 14 anos). Conversei com essa menina, que era mais nova que eu, então eu me sentia mais Taiga que ela, a gente tinha coisas em comum: banda que gostava, mês do nascimento, nome da mãe... me senti meio mal e parei de conversar com alguém que parecia muito comigo, alem de ter o mesmo nome que eu. A vida foi passando, meus gostos mudando, os dela também e hoje, pelo que acompanho dela pelo Orkut estamos mais diferentes, apesar das coincidencias que tempo nenhum apaga e isso me trouxe a minha exclusividade de ser Taiga novamente. Ela também sempre teve o apelido que nem o meu, com suas divergências: o dela era escrito com "Y". (Sempre preferi o meu, com "I" mesmo.)
Hoje descobri que existe outra Taigarela pelo mundo. Que tem 22 anos e é em crise com o curso que escolheu (ok, ela forma esse ano, eu formo ano que vem.).
Cês tem que entender como funciona a minha cabeça: por ter esse nome...diferente, que me rendeu a aparição no programa que eu comentei, não estou acostumada a encontrar outra de mim. Quando "criei" a assinatura de taigarela pensei a mesma coisa: meu NOME tá na assinatura e ainda é um trocadilho, então nem esperei ver outra de mim na web (apesar de saber, depois de váárias tentativas de criar e-mails e outros tipos de conta, que as taigas estavam no mundo online também e não era possível achar só "taiga [ponto ou arroba] qualquer coisa" disponível. Isso eu tava acostumada: a nao ser a unica Taiga.
Mas descobrir que eu nao sou a única Taigarela foi o pior. Pior que encontrar a comunidade de Taigas no Orkut. Pior que se eu encontrasse outra Taiga pessoalmente. Era a minha assinatura internética e meu amigo comentou no blog dela achando que era eu, o que prova que meu estranhamento não é infundado, como o meu amigo recifense, Felipe, quis que eu pensasse.
Estou em choque. Me senti sem chão e sem "eu". Como fiz com a comunidade das Taigas, não quis nem saber muito do outro "eu" internético, fechei logo o site. Tive que desabafar pra parar de me remoer por dentro. hahaha
Aviso, quando virem outra Taigarela, cuidado, confiram se o nome dela nao é Taisi em vez de Taiga.

21.2.11

tô famosa!

Aê povo. Acho que eu nem falei pra todo mundo, pra algumas pessoas eu disse. Hoje eu fui no programa Caleidoscópio da TV Horizonte pra falar do meu nome, que é... diferente. Depois de um programa bem gostoso uma das meninas da platéia disse que tá pensando em colocar o nome da filha dela de Taiga, porque achou o nome "liiiindo, sério mesmo". Achei tutu demais! hahahaha

E ganhei elogios, pela desenvoltura pra falar. E confirmei o que eu sempre soube: que tô com cara de MORTA de cansada e minha voz é ultra esquisita, rouca demais e as meninas daqui de casa disseram que ficou grossa.

Eu ein.

20.2.11

Domingo

Domingo é, como o Parreira comentou comigo mais cedo, um dia de ressaca moral. Esse especificamente está sendo tensíssimo. Penso na minha impulsividade como algo que não está dando certo. Penso que quando eu tento diminui-la fica ainda mais dificil, porque vem aquela partícula que já comentei aqui que me incomoda profundamente: o se. Na dúvida, sóbria ou não, escolho a impulsividade, porque faz um tempo descobri que sofrer pelo sim, antes que pelo não, me faz menos pior. O não me faz especular demais, fico sem dormir e não é legal. O sim me dá um peso na consciencia. "Eu não devia ter feito isso" é uma frase que nessas ultimas duas semanas eu pensei profundamente muito mais de uma vez. Por um lado estou diminuindo várias possibilidades, mas a minha desculpa é, além da diversão, uma tentativa. Acho que estou atirando muito no escuro, mas acredito que assim também é possível de acertar o alvo uma hora. É o que eu espero, ao menos. O peso na consciencia é então claramente diminuído.

A dúvida ainda persiste. Sempre pelo sim, então começarei a optar pelo não. (que eu já tentei e obviamente não deu certo, já que eu voltei pro sim.)

13.2.11

Um dia, 24 horas, means bastante tempo.

Acho ótimo chegar num domingo a noite com a sensação de fim de semana bem vivido e de alma lavada. Realmente estou assim: querendo mais festa, com espírito desassossegado, mas pelo lado bom da coisa - que é cheio de vida, como estava um mês atrás.

Coração em paz, mas sempre, SEMPRE, querendo mais. Fazer o quê? Não posso parar, não posso parar, não posso. Se eu parar eu piro, se eu parar eu piro, se eu parar eu.

E...ái, momento beem mulher: comprei um oxford florido lindo pra xuxu. tô inlove. Parte da felicidade pode ser culpa dele.

11.2.11

Budapest

 Sim, duas semanas de temperatura acima de 0º C, pra nao falar acima de 30º C. E muitas, eu disse: muitas impressões  ficaram guardadas na cuca até agora (e não sabe-se até quando ficarão). O caso é que Budapeste foi uma das minhas cidades preferidas (não que eu tenha conhecido muitas), mas, sinceramente, ela é uma das mais... especiais e eu nao tinha palavras pra explicar direito. Foi a melhor viagem, apesar de 17 horas de ônibus pra chegar. Clima agradável, cidade REALMENTE bonita, pessoas fantásticas! Sério, as pessoas que a gente conheceu, as do hostel, o motorista do ônibus, a moça das informações turísticas, TODOS muito solícitos, simpaticos. Divertidos esses húngaros: existe um Labirinto do Castelo de Buda, servia como abrigo de guerra, tem várias coisas...diferentes. Uma pegada deixada pela civilização do século XX, apetrechos encontrados: microfone, radio... uma bizarrice só. Tem uma garrafa de Coca Cola, que tem um texto de apresentação assim: "Idade: cerca de 38 milhões de anos, tamanho 385X96X55 cm Material: Conglomerado de cascalho de rio. Seu tamanho e raridade (uma peça!) indicam seu papel central - quiçá "cúltico" - para a civilização HC [seja lá o que HC seja]. (Visitantes criticaram o motivo pelo qual é permitido uma corporação em um sistema de escavações. Os críticos podem ter ficado confusos/surpresos com o quão a garrafa de coca-cola é similar a essa peça encontrada há 38 milhões de anos. O Labirinto do Castelo de Buda é uma área livre de anúncios)"
Em outras palavras: Pegadinha do malaaaaaandro! É muito divertido, anyway. Ri muito.

As edificações são muito bonitas, igrejas, castelos, o Mercado Central...e ainda possuem piscinas de águas termais, o paraíso. Num frio de zero graus, entramos numa piscina com jacuzi a mais ou menos trinta graus e outra que tinha a temperatura de trinta e sete graus. Pouco relaxante, viu... coisa ruim, nem quis voltar lá.

Quis, depois que conheci, ter ido no Szimpla Kert durante a noite. O lugar é ótimo. Lindo. Mesmo. Deu vontade de fazer um desse tipo aqui em BH. Mas eu não tenho... contatos, essa é a palavra certa. Vou amadurecer a ideia.

Enfim, curti demais a cidade. Quero voltar lá. E conhecer Praga. Outra certeza sobre a Europa. (Itália, Espanha e Inglaterra até quero conhecer, mas primeiro vem Praga. E talvez Moscou venha depois.) E que postagem lixinho pra uma cidade que foi tão boa comigo. HAHA

5.2.11

Carência e Querência

É sempre aqui, em Iguatama, onde não estão nem as botas de Judas, porque ele as perdeu no caminho, que eu me descubro mais carente. De quem me queira. De verdade. Por perto e de todas as maneiras. E fico assim, vendo em cada um, não só daqui, mas de qualquer lugar, esse alguém. Triste, né? Ah, tô assim hoje. Meio... carente, deixei a queirosisse na praça ontem. Beijos

28.1.11

Da avenca partida e sonolenta

"(...)Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor,(...)"  Caio Fernando Abreu, Para uma avenca partida


Acho, então, que eu te projetei bem demais, melhor. Foi bom, porque fui despindo aos poucos essa imagem que eu atrevo a dizer que amei. Então desamar ficou fácil, porque exigi mesmo mais do que você real poderia corresponder. Foi bom também porque amar alguém realmente bom é mais fácil e amei talvez quando começaram as imperfeições. Até que tornaram claras as minhas projeções e você se tornou só você: uma coisa doída.

25.1.11

Colônia e Luxemburgo

Vou postar especialmente pra essas duas cidades e não postei para as outras maiores que eu visitei, Berlim e Paris, por um simples motivo: as duas últimas apenas corresponderam as minhas expectativas, enquanto as outras duas superaram positivamente qualquer coisa que eu esperasse.

Colônia é a quarta maior cidade da Alemanha. Minha tia havia me dito que a cidade é lindinha e como sobrou um fim de semana (que dó que nao deu pra ir a Praga) resolvi ir lá. Primeira surpresa da viagem: a companhia. A Joh precisou de umas férias de mim. Três semanas ininterruptas convivendo comigo, só quem viveu sabe o quanto é... complexo. Falo demais, pra início de conversa (como quaisquer cinco minutos na minha presença podem confirmar). Sou chata demais, bagunceira, e por aí vai. Voltando a companhia. A Joh me abandonou e eu precisei de uma nova amizade (odeio viajar sozinha), a qual a Joh me emprestou a Lud!

Mineira, de BH, faz direito e mora aqui no prédio ao lado. Foi ótima a companheira de viagem, fez ficar ainda melhor.

Aqui na Alemanha, quando estamos vários brasileiros empolgadamente conversando, existe certo numero de alemãos que nos observam com olhar de MUITA curiosidade. Me sinto um Mico-Leão-Dourado no zoológico (ou talvez um Bugio - que é ainda mais estranho) de tanto que o povo observa. Eles simplesmente nao tem noção da nossa língua. Zero. A caminho de Colônia, uma família alemã muito nos observava com olhares atentos durante... duas horas. Até que a mãe teve a brilhante idéia de nos oferecer chicletes e abriu caminho pra filha perguntar nossa Sprache.

Depois, quando quase em Colônia (Köln em alemão, tão bonitinho) uma mexicana veio perguntar em portunhol (segundo ela mesma) se a gente tava falando em português, que ela sabia falar português, que ela tava indo visitar uns amigos em Colonia, que a Kölsch (cerveja típica de lá - provei e não é boa) era a melhor cerveja que ela tinha bebido - você supostamente fica mais bêbado com ela - que os amigos dela eram brasileiros curitibanos. Pausa para um parêntese (outro): a gente a essa altura achava que ela tava de intercâmbio pela faculdade, que era novinha, mas tinha seus 19 anos e esperamos um BRASILEIRO como os daqui de Saarbrücken, altos, loiros, conversados e extrovertidos. Fim da pausa. Ela mencionou depois de muito falar que era do Rotary - no que eu pensei : novinha. Foi nossa guia turística por, sei lá, meia hora. Nos falou a história da Catedral e da ponte e nos apresentou o amigo. Nota mental: pigmeu convencido e pirralho.

Deixamos nossas coisas na estação e fomos no museu do Ludwig. AAAAHHH, Andy Warhol, Picasso, Dali, Duchamp, Matisse, Mondrian tudo num só lugar. Achei fantástico, fiquei muitíssimo feliz.



Depois de tirar muitas fotos com um crachá de imprensa, fomos pro hostel ver mais um cara bonito que trabalha em hostel. Lindos sempre.

Decidimos ir pra Cidade Velha sair um pouco, aproveitar a noite. Procuramos indefinidamente um bar e encontramos afortunadamente um de Jazz. Papa Joe's MÓ LEGAL! Sério, sou bem eclética musicalmente, mas jazz sempre me agradou muito. Ficamos ouvindo uma banda de jazz de velhinhos (nhon nhon), gravei inutilmente uma música (minha camera misteriosamente deu pau).

[vimos no caminho o ensaio de uma banda de carnaval no meio da rua, também gravei, também inutilmente]

Depois de bebermos uma Kölsch cara pra provar, saímos do bar linduxo e fomos comer: pizza, deliciosa, andando a caminho da estação de metrô para voltarmos pra casa.

No dia seguinte fomos num escritório da Gestapo que servia de prisão para os contra-Hitler. Cabuloso, posso dizer em uma palavra. Angustiante de um jeito que eu aposto que a Joh ia sentir assim também. Achei muito foda e não tinha ouvido ninguém falar desse museu. Depois fomos na Catedral de verdade, subimos, inclusive, 527 degraus. CONTADOS. Desesperadores. Em caracol. Morremos, foi lindo lá em cima. Vimos a Ponte, tiramos fotos de uma cor muito bonita e com cara de cansadas.
Tínhamos meia hora, então entramos de novo no museu do Ludwig, que tinha fechado antes de a gente conseguir ver tudo. Vimos e faltando OITO minutos corremos pra estação, que thanks god era perto. Deu tempo e cansadas ficamos quatro horas no trem.

Luxemburgo em poucas palaveras: pequenininha, como o seu país. A língua? Bom, luxemburgueses(?) são criativos: falam inglês, alemão e francês TUDOMISTURADO. Dá pra ver claramente a mistura. A cidade é lindinha, tem um contraste cabuloso entre a parte velha e a nova e dá pra ver tudo em um dia, mas recomendo no verão/primavera que aproveita-se mais o parque que fica na baixada da cidade. Quando eu fui chovia muito, acabei não descendo, só admirando o vale de cima mesmo (e já compensou).

Lá em Luxemburgo um velhinho (nhon nhon) veio me indicar lugares pra ir (em francês). Gastei mais uma vez, como em Paris o meu francês (cof cof): Je ne parle pas Français. E ele começou a falar num inglês que tava mais pra Luxemburguês. Mas foi tão bonitinho!

Tinha também um policial que me divertiu durante uns... quinze minutos sem exagero (descobri que esses guardinhas de Luxemburgo divertiram também a Joh quando ela foi). O jeito de ele caminhar era ótimo! Andei no ritmo imposto pelo salto barulhento da bota dele secretamente e me diverti horrores.

Foi uma viagem muito gostosa que eu quase nem percebi que estava sozinha, a parte de eu ter esquecido de comer e ter ficado em silêncio (ou quase isso, porque eu também falo sozinha) a maior parte do tempo. Curti.

13.1.11

Balanço

Paris estava como prometia: quentinha, chuvosa e linda, claro! Com a decepção da não-viagem a Praga, tive que tentar pensar numa coisa pra fazer. EU SOU PÉSSIMA com decisões rápidas. PÉSSIMA. Não gosto de viajar sozinha também. Sei lá, fui a Trier e não curti muito não. Dependo de pessoas demais, sabem? Mas acabei me decidindo e tenho uma idéia que tentarei por em execução. A Lud, que também é belorizontina, talvez vá comigo. Mesmo se ela não for, tô querendo ir. Bom, já posso dizer que a noite de Saarbrücken é muito boa.
Acreditem, eu gosto de bar, e eu descobri que eu gosto de Heimbar, que é um misto entre bar e boate.
Bom, vou no supermercado rapídinho, comprar algo pra jantar e pão pro café da manhã.
Tschüss

5.1.11

De cá

É incrível (ou talvez crível) como eu não tenho tido idéias apesar de ter pensado em muitas coisas pra dizer aqui. É que acontece muita coisa e eu ando meio cheia de vida pra conseguir transmitir tudo aquilo que eu penso e sinto (por melhor que eu tenha desenvolvido essa maravilha de habilidade - a de transformar sentimentos em palavras- é bem útil. acreditem). Não reclamo nem um pouco da falta de tempo e de ardor por escrever aqui, que tinha se tornado um depósito de fugas. Como nao preciso fugir, fica bem mais fácil não precisar postar e até hoje mais cedo nao tinha pensado nisso. Foi quando, ouvindo Iron and Wine, visitando Saarbrücken, que deu a primeira vontade do ano. Chegada em casa, a Joh fala a mesma coisa. Posto, então, por desencargo de consciencia. Sei que poucas pessoas (se é que alguma) ainda leem esse local na web de coisas só minhas públicas, e sinto que devo uma explicação (!!) praqueles que ficaram ansiosos por notícias (!!!).

Berlim foi, em uma palavra: Frio. Ao mesmo tempo que foi lindo. E aquela ficha que nao queria cair pq faltavam poucos dias para a minha chegada ainda não caiu pra minha estadia.

Sinto diferente, tudo: o ar, os gostos, os cheiros, a companhia, mas nao a cidade em volta, embora a paisagem seja tão branca... (L)

Paris me aguarda amanhã, menos fria, mais chuvosa, pra me lembrar ainda mais uma Belo Horizonte que já não fora inspirada naquela me espera.

Aufwiedersehen.