9.3.11

A desconstrução da identidade

Estou em crise. Quando tinha meus 17 anos e descobri o Orkut (falo parecendo idosa, mas é que está tão distante de mim, esse tempo) procurei (e achei) uma comunidade de Taigas comecei a conversar uma delas. Fiz questão de nao entrar na comunidade, porque sempre gostei da exclusividade que meu nome reservava (pelo menos depois daquela faixa aborrecida entre 11 e 14 anos). Conversei com essa menina, que era mais nova que eu, então eu me sentia mais Taiga que ela, a gente tinha coisas em comum: banda que gostava, mês do nascimento, nome da mãe... me senti meio mal e parei de conversar com alguém que parecia muito comigo, alem de ter o mesmo nome que eu. A vida foi passando, meus gostos mudando, os dela também e hoje, pelo que acompanho dela pelo Orkut estamos mais diferentes, apesar das coincidencias que tempo nenhum apaga e isso me trouxe a minha exclusividade de ser Taiga novamente. Ela também sempre teve o apelido que nem o meu, com suas divergências: o dela era escrito com "Y". (Sempre preferi o meu, com "I" mesmo.)
Hoje descobri que existe outra Taigarela pelo mundo. Que tem 22 anos e é em crise com o curso que escolheu (ok, ela forma esse ano, eu formo ano que vem.).
Cês tem que entender como funciona a minha cabeça: por ter esse nome...diferente, que me rendeu a aparição no programa que eu comentei, não estou acostumada a encontrar outra de mim. Quando "criei" a assinatura de taigarela pensei a mesma coisa: meu NOME tá na assinatura e ainda é um trocadilho, então nem esperei ver outra de mim na web (apesar de saber, depois de váárias tentativas de criar e-mails e outros tipos de conta, que as taigas estavam no mundo online também e não era possível achar só "taiga [ponto ou arroba] qualquer coisa" disponível. Isso eu tava acostumada: a nao ser a unica Taiga.
Mas descobrir que eu nao sou a única Taigarela foi o pior. Pior que encontrar a comunidade de Taigas no Orkut. Pior que se eu encontrasse outra Taiga pessoalmente. Era a minha assinatura internética e meu amigo comentou no blog dela achando que era eu, o que prova que meu estranhamento não é infundado, como o meu amigo recifense, Felipe, quis que eu pensasse.
Estou em choque. Me senti sem chão e sem "eu". Como fiz com a comunidade das Taigas, não quis nem saber muito do outro "eu" internético, fechei logo o site. Tive que desabafar pra parar de me remoer por dentro. hahaha
Aviso, quando virem outra Taigarela, cuidado, confiram se o nome dela nao é Taisi em vez de Taiga.