26.10.12

Mimo

Fiquei sabendo por um passarinho que a família aumentou hoje. 

Muito feliz e ao mesmo tempo com o coraçao apertado, porque nao tô lá pra babar nesse bebê (lindo, tenho certeza) de que é a Luísa (espero ter acertado o jeito que escreve o nome). 

Pode esperar que eu chego cheio de mimos, e ainda vou ver essa bebê pequenininha. <3

(Os outros não fiquem com ciúmes, o post especial é pra me fazer sentir saudade e não faz bem ficar sentindo tanta saudade que nem eu tô sentindo agora (ou no aniversario da Carol))


24.10.12

Parabéns, BoFeChata

Era um ano estranho... 94. Foi o ano que Ayrton Senna morreu. Eu era desse tamaninho (um pouco menor, talvez), mas lembro... chorei e não entendi.
O FHC virou o presidente do Brasil. O Tom Jobim morreu.

E também foi o ano que a Carol nasceu. Tem 18 anos isso. Parece que foi ontem...

O que eu lembro? De uma menina que eu amava pegar no pé e que amava chamar a gente de Bofechatos... por que bobo, feio e chatos demorava muito pra ser falado. De uma menina que teve 10 anos durante 5 anos pra mim, até que veio a festa de 15 anos dela (que eu não fui, me mate).

Aí veio a festa de 18 anos dela. E eu tô longe. E triste porque não vou participar. Fica triste não, Queirol, eu volto trazendo um bom presente procê, que nem eu prometi. Um abraço enorme também, pode ficar tranquila.

Daqui, tem muita coisa pra eu te desejar: um mundo de descobertas, aventuras, amor, carinho e companhias. Sucesso, muito dinheiro no bolso (porque sendo uma fã de Chanel, cê vai precisar) e muita felicidade.


Essa é uma maneira lindinha que eu encontrei pra compensar a minha ausência.

Te amo, Bofechata!

18.10.12

Haters gonna hate

Desabafo em pseudo off. Coloco aqui mas é isso e só. Porque antes de tudo esse é um espaço meu. Ainda que público. E qual o sentido disso?

É justamente disso que eu vou falar: Qual o sentido de dizer, se não for ser ouvido? Não quero nem filosofar não, só tirar essa pergunta que tá aqui, na minha cabeça, martelando e incomodando. 

Contar no Facebook o que está fazendo é reflexo de estar a toa/sozinha muito tempo. Desculpa se a vida aí é emocionante e aqui a opção é ir passear na uni, estudar ou pedalar 15 minutos pra ver uma cidade bem parada (vivendo a vida do dia a dia de cada um, mais ocupado que eu).

Não adianta me encher de atividades extra classes. Todas são, além de pagas, em holandês. Não tenho muita aula, fico mesmo muito tempo em casa. Especialmente às segundas e quartas, que minha unica atividade é fazer compras ( e tem hora que o dinheiro acaba ).

Eu sei, as vezes até eu me canso de tanto que falo. Mas como não curto meus flatmates, não tenho muitos amigos disponíveis 24/7 por aí, acabo sendo pé no saco, até pra mim.

Não vou parar de escrever no Facebook, eu acho. Sou viciada demais pra isso. Mas não se incomodem se eu de repente sumir. Faz bem pro coração.

17.10.12

Comer comer, comer comer... é o melhor para fazer...

Comer aqui é muito difícil. 

Por quê? Porque holandeses são magros por definição. Sério. Eles podem comer pão todo dia e não engordam. Conversei com o meu parceiro na aula de dança sobre isso... Ele tava querendo emagrecer porque luta alguma luta aí e pra ficar na categoria dos magros ele precisava emagrecer, e pra isso comia só pão no almoço, porque não tem gordura e por isso não engorda. Certo? Errado. 

Comigo dá errado.

Comer aqui dá errado porque comida light (quando acha) é caro.  E entre um copo de cerveja e um vinho (sim, estou bebendo cerveja, mãe), um pão e salada, alguns doces (com os portugueses a maior parte das vezes) e uns stroopwafels pra matar a vontade de gordice, percebi que holandês não gosta de produto light. No supermercado achar coisas sem açucar é muito difícil, apesar da Coca-Cola existir em versão Light e Zero

E eu sou preguiçosa pra cozinhar só pra mim. E quando tenho companhia é a Heloísa, que gosta de comer tanto quanto eu gosto. Resultado da parceiria? Comidas gostosas (que engordam - como se precisasse ser dito). Eu como muita salada aqui. Antes comia com pão. Agora tô comendo com frango ou salmão, grelhados, e iogurte sem doce que eu adoço com adoçante. A Bel tinha falado que morar longe do supermercado era a solução... Eu moro e não faz diferença, faço estoque e quando não, vou lá pra comer. Triste vida de uma gordinha.

Três dias de sofrimento, vontades e a constatação: esses lanchinhos salgados que a gente faz no meio do dia fazem MUITA falta. Parece que eu tô vazia o tempo todo! Mas hoje eu fiz uma berinjela no forno que estava  daqui ó. E o peso está sob controle (apesar de me comparar com essas mulheres montruosamente magras e altas e me achar obesa, triste).

(E eu adoro uma peripécia gastronômica: meu forno não tem a grelha, então tem que improvisar com a grelha do microondas. A porta do forno tá desmontando (de verdade, o vidro tá saindo), então tem ter duas pessoas manuseando-o. Hoje eu cozinhei sozinha, imaginem a luta. Isso porque já fiz pão de queijo duas vezes nele, com a Helô, sem ter onde colocar, fazendo no papel alumínio mesmo... agora comprei duas formas pra levar no forno, nada me para - até que a porta do forno caia)

10.10.12

Um pouco mais de brasileiro na vida

Hoje começo contando um pouco das coincidências da vida:

Já disse em alguns lugares como esse mundo holandês é povoado por gente linda. Existe uma parcela considerável de pessoas estilosas, bem vestida, interessante, além de bonita. Estávamos em Amsterdã linda, numa festa com a playlist excelente, nos divertindo: eu, Helô, Lucas e Casé. Como bobos que somos (<3) passamos grande parte da noite olhando pras pessoas e comentando sobre tudo. Na festa os meninos tinham sido abordados porque todos tem óculos legais (eu estava usando lentes no dia), por um casal mega estiloso (com direito a foto e tudo). (E não é a primeira vez que acontece isso, já fomos abordadas outras vezes em Amsterdã, em um bar cheio de lindos, quando eu estava usando óculos, eu e Helô, pra falar que nossos óculos eram lindos). Ao final da festa, estávamos descendo a escada e comentamos, em bom português, que nos protege de sermos entendidos, que o óculos do cara da frente era muito legal. Ele virou pra trás e perguntou de onde a gente era. Em português. Choque. 
- De Belém - disse Lucas, depois de um segundo de silêncio devido ao choque.
-Sério? - Disse Ron, o Holandês.
-Sério? - Dissemos todos os brasileiros - Sério que você fala português e conhece Belém? - Misto de pessoas chocadas
-Sério. E você? - Ron me perguntou.
-Belo Horizonte.
-Ai, não, sério? De BH? Eu amo BH, minha namorada é de lá, passei lá um tempão.

E a conversa seguiu, achando vários pontos em comum, com todos. Ron é um holandês que apaixonou por uma brasileira, morou no Brasil 6 meses e estava morrendo de saudades de falar português, adorou a idéia de achar um tanto de gente pra praticar. O único defeito é que ele é "Galo, lógico".

Daí, ontem teve uma "festa latina", que ia "tocar salsa", e fomos eu, Helô, Fred e Vini. Estávamos guardando nosso casaco, e eu comentei qualquer coisa em português com a Helô. Tinha mais um menino na sala e eu levei um senhor susto quando ele veio falando: "Brasileira?"

Acontece que ele, o Igor, mora aqui em Enschede, a trabalho, e é amigo dum tanto de gente que fala espanhol, dança salsa e não conhecia nenhum brasileiro direito aqui na cidade. Ele disse que tinha uns 9 meses que não falava português pessoalmente. Não consigo pensar em como é isso.

Daí que eu tava conversando ontem, na festa latina, com o organizador da festa, porque a festa latina em 1 hora se tornou uma festa normal de holandês, com uma música normal que holandês gosta e que eu queria fazer uma brasileira e latina de verdade. Aí o menino me aponta um loiro, estilo Thor, e diz que o menino era brasileiro.

De novo, eu e a Helô chegamos pra conversar com o menino, quando perguntamos como assim era brasileiro, ele diz:
-Minha mãe é de BH, uai. Sô mineiro, né.

Pessoas, saía uma lágrima de felicidade cada vez que ele falava "uai". Ele usava direito, que nem a gente usa. Mas o sotaque dele era tão divertido, porque, né, ele é alemão e fala alemão todos os dias. Mas o português dele é ótimo e cheio de gírias, "tipo", "né", "uai", achei GENIAL. Muito feliz, quando ele disse "Cruzeiro, mas é claaaro". 

Ai, tô inlove com esses estrangeiros que a vida fez falar português e conhecer BH, tava cansada de dizer que a minha cidade era entre Brasília e Rio de Janeiro, só pra situar as pessoas na posiçao geográfica, porque ninguém nunca ouve falar de lá. Tenho orgulho de ser mineira! Mas ninguém me reconhece.

8.10.12

Lista

É um lista do que eu tenho que contar para todos vocês, porque assim todos podem cobrar e me esforço pra escrever:

-Amsterdã, já estive aqui três vezes e não ganhou espaço algum nesse blog...
-Eindhoven, que é uma cidade feita de pessoas, pelo menos pra mim...
-Amigos, que nem a Gabi fez no blog dela, mas pior que a postagem dela...
-Esgrima
-Heloísa e a saga do pão de queijo
-Tem mais, mas lembro depois

Mas preciso falar hoje que to sentindo falta de barulho, de cheiros, de abraços e de cores. Aqui tá tudo lindo, falo que não tenho saudade... é verdade, a maior parte do tempo. Mas tenho que admitir que nem tudo são flores, que meus amigos aqui são coloridos, preenchem um buraco, mas ainda não completam tudo. Mas eu durmo e amanhã amanhece menos cinza (metaforicamente, porque a realidade da Holanda é cinza e molhada).

Hoje quero dormir, pra acordar melhor. Nem comprar roupas me fez feliz hoje, por mais que eu tentasse. A felicidade foi tão efêmera... mas agora eu tenho um oxford lindo, uma bota gostosa, e um vestido pra missa de formatura, luvas e cachecol. Falta meu casaco, tablet e hd externo.

2.10.12

Stijldanslessen - Dança de Salão, em holandês.



Tô aqui na Holanda e com muito tempo livre. Tempo que era pra estudar, na verdade, mas me conhecendo bem, chamo de tempo livre.

Com isso e com a imensa oferta de coisas pra fazer fora da sala de aula, resolvi olhar o que é que eu posso fazer. Decidi tentar a dança de salão. Já fiz no Brasil, durante muito tempo (um ano, mais ou menos). Achei aqui e na descriçao tinha valsa, cha-cha, quick step, tango (yay) e jive. E também falava pra chegar lá na sala e ver qual era a parada da dança.

Cheguei, vi uma sala lotada de holandês e todos estavam dançando valsa. Fiquei paradinha, só observando. Dois minutos depois chegou um super simpático (ajudante de professor) e veio falando comigo, em holandês. Respondi em inglês que eu queria ver a aula, porque tinha interesse em talvez fazer porque já tinha feito algumas danças de salão no Brasil e que achava legal, ele disse pra eu olhar e qualquer coisa perguntar pra ele depois, porque como nao tinha par, nao dava pra eu fazer a aula no dia. Falou que eu podia sentar na mesinha se eu quisesse e eu achei melhor ficar na porta mesmo. 

Depois de uma música que ele tinha saído, veio outro ajudante de professor e meio que me expulsou da porta e mandou eu sentar na sacada (tipo um mesanino). Aí eu fiquei lá que nem boba vendo o povo dançar valsa. Cinco minutos depois o bonitinho simpático que veio falar comigo primeiro falou que tinha um garoto sem par e que eu poderia fazer aula. Fiquei meio sem jeito, porque ele insistiu de verdade (e eu tava de tênis de academia, porque a ideia era ficar ali meia hora, ver qual era a da dança e ir malhar). Fui. 

As pessoas fazem essa aula há umas três semanas, tiveram o básico de cada dança. Eu tinha caído de paraquedas ali. E tava meio nervosa. E a aula era em holandês. É, uma aula de dança, não precisa na maior parte das vezes de se entender o que o professor fala, certo? Errado. Esse professor pára a dança a cada minuto, manda a gente trocar de par, melhorar a postura, fazer isso, fazer aquilo. Em holandês. Minha sorte é que eu achei um par gracinha que me traduzia tudo. 

Mas valsa, man, é muito lento. Me perdia nos passos toda hora. O engraçado foi que mal cheguei e conheci meu par, Bas, e o passo e tive que trocar duas vezes de par. Holandeses são engraçados dançando. Eles são muito altos, muito esticados e tem essas pernas gigantes que fazem qualquer um perder o ritmo. Mas são melhores que eu na valsa. Porque lento não é muito meu lance. Tem que deixar ir com a música que é lenta. Daí eu perco o passo e piso no pé do holandês. 

Quick step é uma dança estranha, mas muito mais tranquilo de pegar que a valsa. Mas a gente dançou bem pouco também... Depois veio o jive e o quick step. E ouvi dizer que eu nasci pra isso (porque peguei os passos muito rápido). E o professor falando em holandês, fazendo piadas (que eu sabia que era piadinha porque todos riam e meu par me traduzia tudo depois de todos rirem).

Ah, teve uma hora que o professor ensinou o latin-jive, que tem um pouco mais de balanço nos quadris e ficou mandando todo mundo fazer a reboladinha. E o Bas dizia que eu nao precisava daquele exercício porque nós ja temos o suingue latino e tudo mais. Eu ri. Me perguntaram porque eu não fazia salsa e sim dança de salão e eu disse que preferia aprender mais danças, em vez de só salsa.

Vou voltar lá semana que vem, pra dançar de novo. Pra decidir se eu vou ou não fazer uma aula toda em holandês. Engraçado é que toda hora que eu trocava de parceiro eu tinha que avisar: 'ó, não entendo nada que o professor fala, então cê traduz pra mim?' E também: 'e outra, é minha primeira aula, então eu realmente não sei se sei fazer os passos'. E fiquei feliz com as respostas de "nada mal pra primeira aula". 

Acho que holandeses são bem legais, mas adoram se fechar na bolha de só falar holandês (descobri que é por isso que muitas casas nao aceitam estudantes estrangeiros - pra poder falar holandes em casa. E também descobri que muitos clubes de esporte e cultura nao abrem mão do holandes, apesar de serem aberto a não-holandeses. Você tem que conviver com isso, desculpa). Como tô aqui pra correr riscos, vamos tentar aprender esses ritmos que eu achava possível no "So you think you can dance".

PS: o google traduz todas as páginas em holandes pra ingles, que daí eu consigo entender. Teve uma página que tava em ingles e ele traduziu: Non-Dutch (que é não-holandeses) pra Non-English. Alguém me explica?