13.6.13

Eu amo minha bicicleta, só que nem tanto.

Hoje tava lembrando dos meus tombos andando de bike. Foram tombos feios e todos por diversos motivos. Tive uns muito feios quando estava ébria. Normal, não era nada excelente no guidom sóbria, e sem todas as coordenações, aí que cairia mesmo. MAS tomei altos tombos, se não os piores, quando sóbria. Deixaram muitos roxos e uma bike capenga. Muito tadinha.

Hoje, depois de quase 10 (NÚ) meses andando de bike, eu tenho DUAS bicicletas. A primeira ainda não vendi por razões sentimentais (e porque tá com um pneu murcho, que dá preguiça de arrumar só pra vender) e uma "nova", de tamanho de adulto, sóbria e da qual eu nunca caí. Isso mesmo, são 5 meses sem NE-NHU-MA queda. Não sou uma bicicleteira brilhante, nem uma entusiasta do negócio (acho que aplica pra ir de casa pra UFMG, UFMG-padaria, casa-academia e fim. [ok, pra ir na casa do vizinho aceito e ressalvo se tiver muito morro - GENTE NÃO DÁ] escrevo mais sobre isso depois) mas tô acostumada com a dor no bumbum... 

Lembro da primeira vez que eu precisei tentei andar com uma mão só no guidom (pra filmar o Fred andando sem nenhuma mão no guidom). Foi um desastre que quase não terminou bem pra mim, quase batendo nos arbustos linda linda. Hoje, pasmem, já fico 30 10 segundos sem NENHUMA MÃO NO GUIDOM e atendo o celular com desenvoltura enquanto bikando. Sou ótima nisso. 

Mas digo, tudo - eu repito, tudo - tem um limite. Gosto da minha bike, porque, como dizem meus amigos holandeses, é 6 vezes mais rápida que a pé, muitas vezes mais barata que de ônibus (e muito mais disponível) e duas vezes mais rápida que o carro na cidade. 

Pra ilustrar: tem um cruzamento aqui no centro de Enschede que é preferencial pra bicicleta. Quando eu digo preferencial eu digo: abre 2 vezes pra bike antes de abrir pro carro. Pra pequenas distâncias (até uns 30 minutos de bike - lembrem que aqui não tem morro) é o melhor jeito mesmo, confesso. Mas isso é uma escolha da população? Porque é mais sustentável e tal? Acho que não. É uma escolha do planejamento das cidades que só funciona porque aqui é tudo plano. Em muitos lugares, tipo no centro de Amsterdã, é fisicamente impossível andar de carro, de tão estreita que são as ruas são. De novo, andar de bike não é uma questão de escolha, é quase uma imposição.

O que eu quero dizer com isso é: eu não tô vivendo no "País das Maravilhas" porque todo mundo anda de bicicleta. Eu se pudesse comprava sim uma vespa (por mais que Frits diga que não é tão cool assim e que foi assim que os EUA ficaram obesos), se fosse plausível comprava um carro, mas, não tendo essas possibilidades, tô "feliz" com a bike, reclamando de cabo a rabo toda vez que chove, ou tá calor demais, ou tenho que bikar pouco mais de 15 minutos (já bikei por uma infernal hora num mormaço de fazer inveja em  muita praia. Não é agradável. Reclamei depois de meia hora, o restante do caminho inteiro). 

E me sinto muito orgulhosa toda vez que tiro as mãos do guidom e não caio.