20.9.11

(desabafo)

se tem uma coisa que me incomoda é o silêncio. poucas vezes eu quero (e consigo) o silêncio. por isso eu não sou boa pra várias coisas, como concentrar e meditar. adoro quem fala comigo. adoro falar. adoro música. claro que tem coisa pior que o silêncio: barulho. barulho irrita, enquanto o silêncio só incomoda. então eu quero o silêncio quando tem barulho. mas barulho que irrita, que fique claro.
o silêncio incomoda por vários motivos. um deles é que me força a me ouvir. nesse sentido, sou bastante "paia" (por não encontrar melhor palavra): forço todo mundo (ou quase) a sofrer comigo. porque minha voz é chata, porque meus assuntos são chatos, porque várias coisas. outro motivo é que é a ausência de palavras, assunto e, por vezes, interesse.
sim, sei contemplar aqueles momentos de silêncio voluntarioso, que é quando o silêncio diz mais que as palavras conseguiriam. eu sinto muito isso. mas ainda esse me incomoda.
sei dar valor ao abraço calado, ao choro sem ruído, à felicidade silenciosa estampada algumas vezes num simples sorriso.
não generalizo, então, nem o fato de o silêncio me incomodar.
mas é que tem silêncios atuais que tão me abafando. me querendo fazer o silêncio sem sentido, que é só pra incomodar. e eu tô sem lugar, porque quero quebrar o silêncio ao mesmo tempo que quero o silêncio - desde que ele seja total e definitivo.


eu tenho certo amor pelo rompimento. quero dizer que comigo é sempre assim. ou oito ou oitenta. eu estou presente demais ou ausente. nunca consigo dosar e ficar ali por perto sem estar demais. eu preciso mudar mas não quero consigo.


esse é um que se eu não publicar, não adianta nada ter escrito. tô pelo menos tentando acabar com meu silêncio.

6.9.11

Das Murmeln

Frau Hasenfuß kam abends spät erst ins Hotel. Sie öffnete die Zimmertür und machte Licht. Ein fremder Mann lag auf ihrem Bett. Zuerst war sie erschrocken über die Begleitung. Nachdem sie sich vom Schrecken erholt hatte, sah sie dass der Mann eine Maske trug. Mag ja sein, dass sie neugierig auf die Situation war, aber sie war taub vor Angst. Plötzlich stand der Mann, der kein Hemd trug, neben das Bett auf. Trotz des stärken Instinkts zum rennen, blieb sie vor der Tür. Als sie sich langsam drehte, hörte die Frau ein dauerndes Murmeln in dem Schrank. Augenblicklich nahm der Mann an ihren Arm, damit sie sich beruhigte. Dann konnte sie bermerken, dass der Mann einigermaßen bekannt war. Der Mann war auch gut aussend und angenehm. Er fing an mit ihr über alle Themen zu reden. Während der Unterhaltung fragte sie, was war das Murmeln, das sie früher hörte. Er sagte, dass sie den Schranktür öffnen musste um das zu herausfinden. Als sie die Schranktür aufmachte, wachte sie auf ihrem Bett auf. Sie dachte, dass alles ein Traum sei und entspannte sich. Aus heiterem Himmel war sie aufgestanden. Dann sah sie die Maske und den unbekannten Mann, die auf ihrem Bett auflagen.




Meu professor quer me fazer ter fluência no alemão, pelo visto. Mas eu sou criativa até o útimo fio de cabelo, daí sai essa coisa aí. Meu suspense fajuto. Combina comigo. haha

Na ausência de um título, fico melhor sem.

Erick, talvez eu saiba o motivo de tantos pontos nos meus textos (sempre tem, não é só nas postagens do blog): espero a interação do ouvinte. Mentalmente, galera, mentalmente. Do tipo que se eu ficar colocando um monte de conectivos, conjunções e palavras bonitas que dão uma unidade no conjunto, o texto fica parecendo um texto. É, a minha intenção sempre é um texto, mas eu penso desconexo, tento conectar e parece forçado. Não forço a pontuação, pelo contrário, forço a construção de períodos mais complexos e sempre que eu tento acaba dessa maneira torta, parecendo texto dos outros, montagem de alguém (ainda que a qualidade não seja algo refinado).
Enfim, vocês me entenderam. (espero que)

Ah, preciso dizer que eu simplesmente adoro o fato de "empilhar" o um monte de verbo e o português, além de ter sentido, estar correto. (ainda que eu escreva errado, uma construção com um monte de verbo ainda parece ser certa) Tenso é só quando eu esqueço de trocar a chave pro alemão e fico colocando os "continuous tenses", como se existissem na forma simples que existem aqui e no inglês. Eu sempre adorei o gerúndio (sem estar confundindo com essa linda invenção - de alguém muito inventivo - MESMO).
Eu espero que todo mundo tenha aquele tipo de fobia besta. Aquele que você não sabe porque existe e é inofensiva. E boba também. Que nem eu tenho de falar no telefone. É medo mesmo. Nunca gostei. Com desconhecidos é ainda pior.
Hoje tive que resolver um problema do login no sistema do estágio. Por telefone. Na hora que o supervisor viu que ele não conseguiria ajudar, disse o ramal e mandou me virar. Quem se virou primeiro foi meu estômago. Fiquei com as mãos geladas e engoli seco. Quando o atendente atendeu a chamada, outro salto dentro de mim. Não sei como falar, me apresentar, o que esperar, entre outras várias perguntas que aparecem pra mim. Fora isso, eu fico com a voz falha, bem fraquinha. Como se eu falasse baixo e fosse do tipo bem meiga mesmo. Chegaria a ser hilário, se não me sentisse tão... estranha. Fico tímida mesmo, é incrível.
Mas ando tentando acabar [ou ignorar] esse mal estar e superar essa fobia boba. Pelo menos com estranhos.
Tem amigos que eu ainda evito ligar. Prefiro mandar mensagem. Meu raciocínio é simplesmente o de evitar incomodar, a mensagem lê quem quer na hora que desocupar. Se eu ligar e a pessoa não atender não sei se ligo de novo, talvez a pessoa não tenha escutado. Mas e se ela tiver me ignorado? (daí, aquele gatilho dispara uma sequencia autodepreciativa... e eu tenho evitado essa fadiga)
Eu sei, eu preciso mesmo fazer análise. Mas preciso antes querer, perceber que vai fazer algum efeito. Afinal, depois de quase 23 anos convivendo comigo mesma, consigo reconhecer que eu tenho que querer muito pra fazer alguma coisa.  Preciso acreditar. (no efeito, no sucesso e em mim)


Hoje eu tô assim: imendando um assunto no outro. Cortei o pensamento antes de ele me levar pra outro lugar e o post ficar ainda mais confuso do que ele já é.