28.1.11

Da avenca partida e sonolenta

"(...)Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor,(...)"  Caio Fernando Abreu, Para uma avenca partida


Acho, então, que eu te projetei bem demais, melhor. Foi bom, porque fui despindo aos poucos essa imagem que eu atrevo a dizer que amei. Então desamar ficou fácil, porque exigi mesmo mais do que você real poderia corresponder. Foi bom também porque amar alguém realmente bom é mais fácil e amei talvez quando começaram as imperfeições. Até que tornaram claras as minhas projeções e você se tornou só você: uma coisa doída.

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