25.1.11

Colônia e Luxemburgo

Vou postar especialmente pra essas duas cidades e não postei para as outras maiores que eu visitei, Berlim e Paris, por um simples motivo: as duas últimas apenas corresponderam as minhas expectativas, enquanto as outras duas superaram positivamente qualquer coisa que eu esperasse.

Colônia é a quarta maior cidade da Alemanha. Minha tia havia me dito que a cidade é lindinha e como sobrou um fim de semana (que dó que nao deu pra ir a Praga) resolvi ir lá. Primeira surpresa da viagem: a companhia. A Joh precisou de umas férias de mim. Três semanas ininterruptas convivendo comigo, só quem viveu sabe o quanto é... complexo. Falo demais, pra início de conversa (como quaisquer cinco minutos na minha presença podem confirmar). Sou chata demais, bagunceira, e por aí vai. Voltando a companhia. A Joh me abandonou e eu precisei de uma nova amizade (odeio viajar sozinha), a qual a Joh me emprestou a Lud!

Mineira, de BH, faz direito e mora aqui no prédio ao lado. Foi ótima a companheira de viagem, fez ficar ainda melhor.

Aqui na Alemanha, quando estamos vários brasileiros empolgadamente conversando, existe certo numero de alemãos que nos observam com olhar de MUITA curiosidade. Me sinto um Mico-Leão-Dourado no zoológico (ou talvez um Bugio - que é ainda mais estranho) de tanto que o povo observa. Eles simplesmente nao tem noção da nossa língua. Zero. A caminho de Colônia, uma família alemã muito nos observava com olhares atentos durante... duas horas. Até que a mãe teve a brilhante idéia de nos oferecer chicletes e abriu caminho pra filha perguntar nossa Sprache.

Depois, quando quase em Colônia (Köln em alemão, tão bonitinho) uma mexicana veio perguntar em portunhol (segundo ela mesma) se a gente tava falando em português, que ela sabia falar português, que ela tava indo visitar uns amigos em Colonia, que a Kölsch (cerveja típica de lá - provei e não é boa) era a melhor cerveja que ela tinha bebido - você supostamente fica mais bêbado com ela - que os amigos dela eram brasileiros curitibanos. Pausa para um parêntese (outro): a gente a essa altura achava que ela tava de intercâmbio pela faculdade, que era novinha, mas tinha seus 19 anos e esperamos um BRASILEIRO como os daqui de Saarbrücken, altos, loiros, conversados e extrovertidos. Fim da pausa. Ela mencionou depois de muito falar que era do Rotary - no que eu pensei : novinha. Foi nossa guia turística por, sei lá, meia hora. Nos falou a história da Catedral e da ponte e nos apresentou o amigo. Nota mental: pigmeu convencido e pirralho.

Deixamos nossas coisas na estação e fomos no museu do Ludwig. AAAAHHH, Andy Warhol, Picasso, Dali, Duchamp, Matisse, Mondrian tudo num só lugar. Achei fantástico, fiquei muitíssimo feliz.



Depois de tirar muitas fotos com um crachá de imprensa, fomos pro hostel ver mais um cara bonito que trabalha em hostel. Lindos sempre.

Decidimos ir pra Cidade Velha sair um pouco, aproveitar a noite. Procuramos indefinidamente um bar e encontramos afortunadamente um de Jazz. Papa Joe's MÓ LEGAL! Sério, sou bem eclética musicalmente, mas jazz sempre me agradou muito. Ficamos ouvindo uma banda de jazz de velhinhos (nhon nhon), gravei inutilmente uma música (minha camera misteriosamente deu pau).

[vimos no caminho o ensaio de uma banda de carnaval no meio da rua, também gravei, também inutilmente]

Depois de bebermos uma Kölsch cara pra provar, saímos do bar linduxo e fomos comer: pizza, deliciosa, andando a caminho da estação de metrô para voltarmos pra casa.

No dia seguinte fomos num escritório da Gestapo que servia de prisão para os contra-Hitler. Cabuloso, posso dizer em uma palavra. Angustiante de um jeito que eu aposto que a Joh ia sentir assim também. Achei muito foda e não tinha ouvido ninguém falar desse museu. Depois fomos na Catedral de verdade, subimos, inclusive, 527 degraus. CONTADOS. Desesperadores. Em caracol. Morremos, foi lindo lá em cima. Vimos a Ponte, tiramos fotos de uma cor muito bonita e com cara de cansadas.
Tínhamos meia hora, então entramos de novo no museu do Ludwig, que tinha fechado antes de a gente conseguir ver tudo. Vimos e faltando OITO minutos corremos pra estação, que thanks god era perto. Deu tempo e cansadas ficamos quatro horas no trem.

Luxemburgo em poucas palaveras: pequenininha, como o seu país. A língua? Bom, luxemburgueses(?) são criativos: falam inglês, alemão e francês TUDOMISTURADO. Dá pra ver claramente a mistura. A cidade é lindinha, tem um contraste cabuloso entre a parte velha e a nova e dá pra ver tudo em um dia, mas recomendo no verão/primavera que aproveita-se mais o parque que fica na baixada da cidade. Quando eu fui chovia muito, acabei não descendo, só admirando o vale de cima mesmo (e já compensou).

Lá em Luxemburgo um velhinho (nhon nhon) veio me indicar lugares pra ir (em francês). Gastei mais uma vez, como em Paris o meu francês (cof cof): Je ne parle pas Français. E ele começou a falar num inglês que tava mais pra Luxemburguês. Mas foi tão bonitinho!

Tinha também um policial que me divertiu durante uns... quinze minutos sem exagero (descobri que esses guardinhas de Luxemburgo divertiram também a Joh quando ela foi). O jeito de ele caminhar era ótimo! Andei no ritmo imposto pelo salto barulhento da bota dele secretamente e me diverti horrores.

Foi uma viagem muito gostosa que eu quase nem percebi que estava sozinha, a parte de eu ter esquecido de comer e ter ficado em silêncio (ou quase isso, porque eu também falo sozinha) a maior parte do tempo. Curti.

Um comentário:

diogomagrello disse...

deixa de ser linda