3.9.12

Querida, cheguei! [Parte 2 - trens, muita mala e cansaço extremo]



A gente tinha combinado com a Uni, eu, Fred e Vinícius, de sermos apanhados no Ponto de Encontro do Aeroporto para o vôo de 17h05, que o Vinícius viria. Iria um cara ajudar a gente a pegar o trem e pegar as chaves do apartamento, já que eu e Fred vamos ficar na Universidade. O Vinícius só desembarcou mesmo umas 18h30, e até então nada da pessoa encarregada da Uni aparecer com a bandeira/placa procurando a gente... Esperamos até às 19h30. Quando a AVENTURA começou. Pra situar: minha humilde mala tinha 36kg. Minhas malas de mão, juntas, devem ter uns 15. Não tô exagerando. Eu sei... nunca leve mais do que você pode carregar, mas eu tô vindo pra ficar um ano, então isso não vale, né? Então sintam o drama: 3 brasileiros, tentando ir de Amsterdã pra Enschede, de trem. Só que nao era só um trem. A gente tinha que trocar de trem 3 vezes. Pegamos 4 trens e no final foram 5 horas de viagem. DE-LÍ-CIA. Primeiro trem foi ok. Tava vazio, botamos as malas todas no banco e tudo tava dando certo (ok, não pela parte de que a gente NÃO sabia como pegaríamos as chaves de casa ou como chegaríamos na Uni).



Segundo trem: o desespero começou. Não sei o porquê, mas o trem tava superlotado. Sério, de não dar pra passar entre os vagões de tanta gente em pé. Me lembrei do amado 2004 no horário do rush e de uma certa viagem de volta de Berlim, com a Joh. Foi bem aquilo mesmo. A única diferença era que em Berlim estávamos com pouca bagagem e no 2004, por maior que fosse nossa mochila, ainda era só uma. Dessa vez não. Nós carregávamos 5 malas mais mil mochilas, durante 1 hora, mais ou menos. Durante toda a viagem em todos os trens, fica alguém falando as estações e possíveis conexões e por qual lado desce em cada estação e em alguns casos outras coisas que eu não posso contar porque nao faço a menor idéia do que seja, porque o cara falava tudo em Holandês.



É essa história de que na Holanda (ou Países Baixos, porque Holanda mesmo só a parte da costa do país é) todos são bilíngues e com inglês só dá pra se virar muito bem parece balela. Fomos perguntar pros holandeses se a estação que a gente ia parar era a estação que a gente queria descer e... eles não entenderam, não responderam em inglês e foram muito solícitos tentando ajudar. No final a gente acabou perdendo a conexão, porque somos um pouco lerdos e tal. Esperamos por mais meia hora o próximo trem. Olha o cachorrinho no segundo trem, que coisa fofa (cê paga uma tarifa especial pra carregar bicicleta ou cachorro no trem, mas é permitido)



No terceiro trem a gente achou que ia ser de boa, entramos na cabine e botamos a mala nos bancos, como fizemos no primeiro. De repente o trem ficou lotado e a gente resolveu sair dali e ir pra onde desse pra deixar as malas em pé e acabamos espremidos durante mais 40 minutos. Já era muito tarde e estávamos muito cansados, mas correu tudo bem nessa etapa.

O último trem foi vazio, mas a gente preferiu ficar perto da porta pra ficar mais confortável. Só que eu ainda não fazia ideia de onde pegar as chaves do meu quarto. Ainda bem que aqui é um mundo digievoluído e tem internet de grátis no trem. (Leandro, esse é seu desafio!) Aí entrei no Facebook e perguntei no grupo da universidade o que fazer. E aproveitei pra fazer meu plano B, que seria ir pra casa da Ari. Algum espírito bom falou o que fazer, então pegamos um taxi da estação até a universidade e chegamos no meu ap. A Vivi mora no mesmo ap que eu, então eu e Fred deixamos as coisas no quarto dela pra conseguir pegar nossas chaves. Tava frio, já era meia noite, estávamos com fome e sem blusa de frio. E... ficamos perdidos no campus.

É um campus enorme o da UT. Parece com o da UFMG, mas maior. Eu moro aqui dentro do campus. Tem um milhão de moradias e mais tantos prédios de aula. Mil campos de futebol, lagos, floresta e... um hotel.

Então a Vivi, que estava aqui a um dia a mais que a gente ia guiar a gente, mas ficou perdida pra chegar no prédio que a gente precisava ir, e então ficamos dando uma volta, até chegar lá. Chegamos onde as nossas chaves deveriam estar e pegamos (não sem antes o segurança dizer que não tinha achado as chaves e a gente ter entrado levemente em desespero).

Cheguei no meu imenso quarto de 5.6 metros quadrados (viu mãe, descobri que ele tem 2X2.8m). Despois escrevo outro post sobre o quarto e a casa. Finalmente fui capaz de dormir, por 6 horas, pra começar a semana de introdução, muita burocracia, festa e falta de internet.

Um comentário:

Ester disse...

Ainda bem que não lhe contaram antes como seria a viagem. Nesse ponto o efeito surpresa valeu. Não dava pra desistir, e vocês chegaram lá (aí). Agora é relaxar e aproveitar o máximo. Beijos.