4.9.12

Diários de uma bicicleta


Meu maior medo de chegar aqui na Holanda era a bicicleta. Já não sou muito jeitosa andando sobre dois pés, com meu centro de gravidade de sempre, bem conhecido e dominado, agora imaginem só como seria eu em cima de dois pneus fininhos como os das bicicletas daqui?

Eu nunca realmente aprendi com todas as letras a andar de bicicleta. Cheguei a andar com aquelas de pneus menores e grossinhos de criança que tira as rodinhas de apoio, sabe? Mas andava 5m pra lá, 5m pra cá. E só. Nunca fui capaz de dizer que “Nó, sou ótima ciclista” ou “Eu amo andar de bicicleta”.

Como aqui nos Países Baixos é tudo reto (ai, como eu sinto falta de subir e descer ladeira de BH, ver a Serra no fundo de todas as minhas paisagens...), a galera ama pedalar. Faça chuva, neve, gelo, calor, muito calor, de dia ou de noite, a única certeza é que eles estão de bike. E não só isso, é extremamente aconselhável andar de bike aqui. Ônibus é caro e não passa toda hora (até passa com certa frequência – e são bem pontuais, mas é caro), e é tudo “meio longe”. Pedalar reduz consideravelmente essas distâncias.

Eu tive que superar meu medo, porque meus irmãos daqui já não aguentavam mais me levar pra cidade de carona na bike. Haja perna! (nem vou contar como foram as primeiras caronas que eu peguei. Ok, vou sim)

Pausa pra carona:

A primeira carona que eu peguei foi com o Vini. Foi lindo começar a andar, facinho e sem estresse, certo? HAHAHAHA não! Eu sou desesperada. Descobri que detestava a sensação de estar em cima de um troço desses. Mas (meio que)  deu certo no final das contas. Depois eu peguei carona com o Sander, da Estônia. (não vou fazer todos os comentários que eu queria, mas ok). Consegui aproveitar o passeio e até fiz um filminho na segunda vez que andei de bike com ele. (num vou botar o filme por dois motivos: (a) é grande demais e cansativo. (b) eu não sei como vocês me aturam, minha voz é ridícula e eu pareço/sou retardada. Deve ser amor.) Mas ontem, eu e o Vini estávamos vindo pra casa, numa distância de poucos metros, estávamos com a Maria, da Romênia, e quando tentamos começar a andar... Caímos. Sério, foi uma queda linda. Caí sentada em cima da roda da bike, mas rimos bastante e não machuquei. Tentamos de novo e foi ok.

Retomando... Ontem os brasileiros da Saxion (outra universidade da cidade) foram comprar as bikes deles, e eu aproveitei pra comprar a minha. Tava pão dura no início, mas minha mãe me disse pra parar de ficar assim e seguir em frente. Paguei um pouco mais que os meninos, mas a minha “fiets” é linda, verde com azul. A Heloísa comprou uma quase igual, só que só azul. A gente chama elas de Gazelas (porque nós somos felizes e a marca delas é Gazelle).

A minha bike ficou pronta na hora e a Helo levou pra casa dela, onde tinha um parque que eu pude praticar. Não tive nenhuma queda, mas “quase quedas” foram muitas. Já tinha tentado andar aqui, o Pavel, que é búlgaro, me ensinou um pouco, então os meninos nem acharam tanta graça assim ontem.

A volta pra casa foi emocionante! Uns 6km, no escuro, e tendo que andar em linha reta! Tive mais umas quedinhas sem cair de verdade e descobri que não sei mesmo parar esse veículo lindinho. Só quem não tá gostando dessa brincadeira é minha panturrilha que tá toda roxa, devido aos esbarrões que eu dou nos pedais com ela.

Hoje fui pra aula de bike, e quando tem um obstáculo que eu tenha que desviar (tipo pessoas ou uns postes ou cancelas ou outras bikes), não sei lidar. Daí eu normalmente desço da bicicleta e empurro. Mas fui tentar passar entre dois postes baixinhos, ao voltar pra casa e... quase causei um acidente. Também não caí, mas quase fiz um cara que tava de bike bater em mim. No final, deu certo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Conclusão: Andar de bicicleta deve fazer parte do currículo nas escolas infantis!!! Que bom que você está vencendo essa também. Vá em frente, garota!

Ester disse...

Olá Taiga o anônimo sou eu.Beijos, Té.