30.9.10

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Eram dois recém amigos, que se gostavam e ninguém entendia. Pelo menos ela pensava assim da reprocidade do 'se'. Hoje já não sabe mais nem o tamanho da amizade.
Ela, sempre confusa, deu um jeito de se entender, ou depois de nao entender, admitiu viver, sem pensar; porque dessa forma parecia mais gostoso. Ele, sempre aparentemente bem resolvido, mostrou-se mais confuso que ela, ainda que nao admitisse.
Depois de um romance mal começado, muito estudado, e de fim anunciado, acabou-se com ele a amizade.
Ficou no final um arrependimento, por parte dela, de não ter dito tudo antes, de ter ficado, mesmo entendendo que todo começo tem um fim. Se tivesse bem pensado escolheria a amizade. Romance nunca foi a sua praia.
E continua sem ser, não se houver realidade. Porque quando é especulação, imaginação, a imagem do outro é ela quem pinta e o faz a seu bel prazer.
Se quer um amigo, o tem na hora que quiser. Para um amante, há a figura escolhida. Claro,  há a falta de tato, a vontade do abraço, e talvez um som nao compartilhado.
Mas ainda assim, apesar dos pesares, com muitos clichês, por enquanto, a escolha que faz é essa. A de não querer que a realidade a alcance, porque ainda dói quando lembra que perdera um grande amigo na tentativa de um amor. Sim, romance que é bom é o amor-amigo ou o amigo-amor e bobo é quem vive um envolvimento e nao especula a veracidade do querer.

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